sábado, 25 de agosto de 2012

Para poder se expressar livremente


No próximo primeiro de novembro, Governador Celso Ramos completa 49 anos de emancipação. Vivemos um longo período sem que o povo tivesse voz, sem nenhum canal de comunicação. As opiniões, na maioria das vezes, eram postas nos encontros dentro das comunidades, em conversa de bar ou nas peladas de fim de semana. 
São 49 anos de concentração de poder nas mãos de poucos. que não representam 1% de nossa sociedade, sem pluralidade de opiniões. Décadas tentando impor um comportamento, um padrão, ditando valores de um grupo que não representa a diversidade do nosso povo.
Hoje, vivemos em outro tempo, com o acesso a internet, a opinião foi socializada e com isso muita coisa mudou, superamos um pouco a barreira da comunicação. Estamos atravessando uma revolução tecnológica   e assistimos a um período de mudanças sociais, políticas e econômicas que tem permitido redução de desigualdades e inclusão sociais na comunicação.
Mas estas mudanças só farão diferença se ao invés de aceitarmos as opiniões padronizadas, agirmos de forma crítica. 
Por isso, precisamos nos manifestar, mesmo neste espaço restrito, buscando afirmação da pluralidade e da diversidade de opiniões, em busca de maior número de versões e visões sobre os mesmos fatos.
Vivemos num tempo em que não cabem mais discriminações de nenhum tipo, principalmente política. Vamos buscar a universalização do acesso à internet, de redução da pobreza e da desigualdade. Temos que buscar igualdade também nas condições para expressar a liberdade de opinião que é necessária para mudar essa situação.
Várias opiniões sobre o mesmo assunto é a garantia de que podemos mudar a realidade atual de nosso município e assim reduzir a concentração de poder por parte dos governantes.

sábado, 4 de agosto de 2012

Os 10 maiores escândalos do Brasil


Claudia Lima, Mundo Estranho

Por causa dela, perdemos R$12 bilhões em investimentos privados em 2011 – o equivalente a R$1,2 mil pagos anualmente por cada trabalhador brasileiro. Conheça os casos mais notórios dos últimos 20 anos*.

10. Me dá um dinheiro aí
Caso: Máfia dos fiscais
Rombo: R$18 milhões
Quando: 1998 e 2008 - Governo do PSDB

Onde: Câmara dos vereadores e servidores públicos de São Paulo.
Comerciantes e ambulantes (mesmos aqueles com licença para trabalhar) eram colocados contra a parede: se não pagassem propinas, sofriam ameaças, como ter as mercadorias apreendidas e projetos de obras embargados. O primeiro escândalo estourou em 1998, no governo de Celso Pitta. Dez anos mais tarde, uma nova denúncia deu origem à Operação Rapa.

9. Olha essa mesada!
Caso: “Mensalão”
Rombo: R$55 milhões
Quando: 2005 - Governo do PT

Onde: Câmara Federal
Segundo delatou o ex-deputado federal Roberto Jefferson, acusado de envolvimento em fraudes dos Correios, políticos aliados ao PT recebiam R$30 mil mensais para votar de acordo com os interesses do governo Lula. Dos 40 envolvidos, apenas três deputados foram cassados. A conta final foi estimada em R$55 milhões, mas pode ter sido muito maior.

8. Siga aquela ambulância
Caso: Sanguessuga
Rombo: R$140 milhões
Quando: 2006 - Governo do PT

Onde: Prefeituras e Congresso Nacional
Investigações apontaram que os donos da empresa Planam pagavam propina a parlamentares em troca de emendas destinadas à compra de ambulâncias, superfaturadas em até 260%. Membros do governo atuavam nas prefeituras para que empresas ligadas à Planam ganhassem as licitações. Nenhum dos três senadores e 70 deputados federais envolvidos no caso perdeu o mandato.

7. Pobre Amazônia
Caso: Sudam
Rombo: R$214 milhões
Quando: 1998 e 1999 - Governo do PSDB

Onde: Senado Federal e União
Dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Dos 143 réus, apenas um foi condenado e recorre da sentença. Jader Barbalho, acusado de ser um dos pivôs do esquema, renunciou ao mandato de senador, mas foi reeleito em 2011.

6. Navalha na carne
Caso: Operação Navalha
Rombo: R$610 milhões
Quando: 2007 - Governo do PT

Onde: Prefeituras, Câmara dos Deputados e Ministério de Minas e Energia
Atuando em nove estados e no Distrito Federal, empresários ligados à Construtora Gautama pagavam propina a servidores públicos para facilitar licitações de obras. Até projetos ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Programa Luz Para Todos foram fraudados. Todos os 46 presos pela Polícia Federal foram soltos.

5. Bilhete premiado
Caso: Anões do orçamento
Rombo: R$800 milhões
Quando: De 1989 a 1992 - Governo PSDB

Onde: Congresso Nacional
Sete deputados (os tais “anões”) da Comissão de Orçamento do Congresso faziam emendas de lei remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras. Ficou famoso o método de lavagem do dinheiro ilegal: as sucessivas apostas na loteria do deputado João Alves.

4. Cadê o fórum?
Caso: TRT de São Paulo
Rombo: R$923 milhões
Quando: De 1992 a 1999 - Governo PSDB

Onde: Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo
O Grupo OK, do ex-senador Luiz Estevão, perdeu a licitação para a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A vencedora, Incal Alumínio, deu os direitos para o empresário Fabio Monteiro de Barros. Mas uma investigação mostrou que Fabio repassava milhões para o Grupo OK, com aval de Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, ex-presidente do TRT-SP. A construção do Fórum nunca foi concluída.

3. Precinho camarada
Caso: Banco Marka
Rombo: R$1,8 bilhão
Quando: 1999 - Governo PSDB

Onde: Banco Central
Com acordos escusos, o Banco Marka, de Salvatore Cacciola, conseguiu comprar dólar do Banco Central por um valor mais barato que o ajustado. Uma CPI provou o prejuízo aos cofres públicos, além de acusar a cúpula do BC de tráfico de influência, entre outros crimes. Cacciola foi detido em 2000, fugiu para a Itália no mesmo ano e, preso em Mônaco em 2008, voltou ao Brasil deportado.

2. Chama o Van Helsing
Caso: Vampiros da Saúde
Rombo: R$2,4 bilhões
Quando: De 1990 a 2004 - Governo PSDB

Onde: Ministério da Saúde
Empresários, funcionários e lobistas do Ministério da Saúde desviaram dinheiro público fraudando licitações para a compra de derivados do sangue usados no tratamento de hemofílicos. Propinas eram pagas para a Coordenadoria Geral de Recursos Logísiticos, que comandava as compras do Ministério, e os preços (bem acima dos valores de mercado) eram combinados antes. Todos os 17 presos já saíram da cadeia.

1. Manda pra fora
Caso: Banestado
Rombo: R$42 bilhões
Quando: De 1996 a 2000 - Governo PSDB

Onde: Paraná
Durante quatro anos, cerca de US$24 bilhões foram remetidos ilegalmente do antigo Banestado (Banco do Estado do Paraná) para fora do país por meio de contas de residentes no exterior, as chamadas contas CC5. Uma investigação da Polícia Federal descobriu que as remessas fraudulentas eram feitas por meio de 91 contas correntes comuns, abertas em nome de “laranjas”. A fraude seria conhecida por gerentes e diretores do banco. Foram denunciados 684 funcionários – 97 foram condenados a penas de até quatro anos de prisão. O estado obteve o retorno de arrecadação tributária de cerca de R$20 bilhões.
* Valores estimados e atualizados pela inflação

Fontes: Andre Carraro, professor do departamento de economia da Unversidade Federal de Pelotas e especialista em corrupção; Museu da Corrupção; Controladoria Geral da União; ONG Transparência Brasil; site Consultor Jurídico; Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo.

José Dirceu: por que o ódio da imprensa?


Em raras ocasiões, na conturbada história política brasileira, houve tamanha unanimidade em torno de qual deve ser o destino de um ator político relevante. Diariamente, em colunas e editorias dos jornalões, em solenidades com acadêmicos e políticos de extração conservadora, em convescotes de fim-de-semana da burguesia “cansada”, todos os que chegam aos holofotes da mídia proferem a mesmíssima sentença: é preciso banir de uma vez por todas da vida pública o ex-ministro José Dirceu.
O comando dessa unanimidade é pautado por um curioso senso de urgência. Não há pressa para atenuar os problemas estruturais do país e suas estruturas arcaicas. Só se fala em ação imediata quando o assunto é condenar o “chefe da quadrilha”, montada a partir do Palácio do Planalto para comprar apoio político no Congresso. Poucas vezes, em um lance da política, tantos conseguem perder ao mesmo tempo e na mesma dimensão. Na sua sanha inquisitorial, a grande imprensa dá mostras de pusilanimidade, de um espetáculo de fraqueza para dentro de si mesma e de leviandade para fora. Sai em frangalhos, mas persevera no que considera uma questão de honra.
Pouco importa que falte materialidade e provas, é preciso requentar o noticiário para criar condições políticas que permitam ir adiante. Mas afinal o que move o ódio a José Dirceu? O que o torna inimigo público de um esquema de forças que, em passado recente, foi impecável em sua trajetória de encurralar o país, em nome do desvairado fundamentalismo de mercado?
Desde 2002, paira sobre Dirceu o estigma de maquiavelismo. Seria apenas um homem de poder, basicamente orientado para sua conservação, um homem do contingente, que não faz política para a história? Os fatos e o decurso do tempo respondem à acusação. O que torna impossível à grande imprensa aceitar um retrato favorável do ex-ministro é a sua originalidade como operador político de esquerda.
Todos sabemos que um fato notável da política brasileira é que, apesar de sucessivos deslocamentos políticos, desde a redemocratização do país, a hegemonia dos processos de transição encontra-se com a mesma burguesia, condutora do golpe de 1964. Hábil nas transações com o capital estrangeiro, das quais auferiu vantagens para fortalecimento próprio, a burguesia brasileira não foi menos sagaz no manejo do jogo político.
Comprova-o a obra-prima que foi a eleição de Tancredo Neves (por mecanismo antidemocrático imposto pelo regime militar), os anos Collor e os dois mandatos de FHC. Para termos noção do que isso representou, até o PT, oposto à coligação tancredista, não deixou de sentir a sua pressão, que lhe provocou rachaduras parlamentares e perda de apoio em setores expressivos da classe média.
Desde a política de alianças que levou Lula à presidência, em 2002, às articulações na Casa Civil, Dirceu frustrou expectativas que alimentavam os cálculos das elites desde sempre encasteladas nas estruturas do Estado. O PT que chegava ao poder seria um partido atordoado por suas divisões internas e mergulhado em indefinições estratégicas. Um desvio de curso que não teria vida longa.
A direita apostava na incapacidade do PT em administrar o pragmatismo de um estado corrupto e patrimonialista, como o nosso. Lembram-se do Bornhausen e do Delfim? Previam, no máximo, dois anos de governo para o PT em meio a crises institucionais. Coube ao Zé Dirceu, o “mensaleiro”, a função de viabilizar a governabilidade de Lula e não permitir que esse governo fosse vítima de crises agudas e sucessivas.
Quando Dilma Vana Rousseff, oito anos depois, foi eleita a primeira mulher presidente da República do Brasil, com mais de dez pontos de vantagem sobre seu adversário, José Serra, muitos exaltaram a força do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do alto de seu capital político, Lula teria passado por cima do PT, escolhido sua candidata e conseguido eleger como sucessora uma ex-assessora de perfil técnico, estabelecendo um fato inédito: o terceiro mandato presidencial consecutivo para um mesmo partido eleito democraticamente.
Nada disso está incorreto, mas peca pela incompletude. Ferido, contundido nos seus direitos, o operador político José Dirceu teve um papel fundamental para o aprofundamento da democracia brasileira. Talvez, quando o então presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, confirmou oficialmente a vitória de Dilma, Dirceu tenha cantarolado os versos de Aldir Blanc: “Mas sei / que uma dor assim pungente / não há de ser inutilmente”.
Questões de justiça são questões de princípio. Ao contrário do que pensam a imprensa golpista, seus intelectuais orgânicos e acadêmicos subservientes.

*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

MENSALÃO – VERDADES E MENTIRAS



Fonte: Central Única dos Trabalhadores

MENSALÃO – VERDADES E MENTIRAS

 Em junho de 2005, o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) acusou o PT de “pagar mesada” a mais de 100 deputados da base aliada para que estes votassem a favor do governo no Congresso Nacional.
Segundo ele, a “compra de votos” era feita com dinheiro público. Jefferson batizou o suposto esquema de “mensalão” e disse que o “cabeça” era o então ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Sete anos se passaram.
As denúncias de Jefferson jamais foram comprovadas. Nem ele, nem as três CPIs que trataram do assunto, nem o Ministério Público, nem a Polícia Federal, nem as dezenas de investigações paralelas da imprensa e dos órgãos de fiscalização conseguiram reunir elementos que sustentassem as acusações.
O chamado processo do “mensalão”, ação penal que corre no STF sob o nº 470, tem quase 50 mil páginas e mais de 600 depoimentos. Nessa extensa peça processual, só uma pessoa sustenta que o esquema teria existido: o próprio Roberto Jefferson. E mesmo Jefferson, em suas alegações ao STF,
lança dúvidas a respeito, ao afirmar que seu partido (PTB), que também era da base aliada, recebeu recursos oriundos de acordos eleitorais.
A ficção político-midiático de Jefferson, por outro lado, tem fortes aliados na imprensa. A grande maioria dos articulistas da mídia tradicional está cegamente convencida de que o PT comprou votos de deputados com dinheiro público, sob o comando de José Dirceu.
Coautora da tese acusatória, a mídia montou um tribunal paralelo. Denunciou, julgou e condenou. Ao STF, na opinião dessa mídia, cabe apenas o papel secundário de decidir o tamanho das penas – e agir rapidamente para que elas não prescrevam! Repetem o mantra todos os dias. Com isso, exercem forte pressão sobre a opinião pública. Pressão que agora se volta também contra os magistrados do
Supremo, às vésperas do julgamento. Recentes acontecimentos da política nacional, que levaram à criação da CPI do Cachoeira, talvez joguem um pouco de luz sobre essa obsessiva fixação –
que começa a assumir ares de desespero.
Este documento tem o objetivo de desmontar ponto-a-ponto, com base nos fatos e nos autos, as principais acusações contra o PT, o governo Lula e o ex-ministro José Dirceu no chamado “caso mensalão”.


1. O PT PAGOU MESADAS A DEPUTADOS PARA QUE VOTASSEM A FAVOR DE PROJETOS DO GOVERNO NO CONGRESSO.

Os fatos
O PT ajudou partidos aliados a financiar suas campanhas nos estados, relativas às eleições de 2002 e 2004. Em alguns casos, conforme assumido publicamente em entrevistas e depoimentos, a ajuda não foi declarada à Justiça Eleitoral. Nunca houve pagamentos mensais.
Não ficou demonstrada ligação entre as datas dos depósitos bancários e as votações na Câmara. Pelo contrário: existem datas em que os saques coincidem com derrotas do governo em votações importantes. Dados da Câmara mostram, por exemplo, que em 2004, após elevados repasses, caiu o
apoio ao governo nas votações. O Ministério Público, nas alegações finais enviadas ao STF, sustenta que houve “compra de votos”. Porém, diante da fragilidade da própria denúncia, não consegue ir além de afirmações vagas e imprecisas. Diz que “alguns” parlamentares, em “algumas votações”, votaram com o governo em datas próximas de “alguns” saques.
O que de fato existe no processo são testemunhas que provam que nunca houve compra de votos.


2. O “ESQUEMA” ENVOLVEU DINHEIRO PÚBLICO

Os fatos
As transferências para que aliados quitassem dívidas de campanha, que a mídia chama de “mensalão”, não envolveram dinheiro público. O dinheiro veio de empréstimos feitos junto aos bancos privados, Rural e BMG.
Por absoluta inconsistência, a acusação de desvio de dinheiro público contra os principais nomes do processo, entre eles José Dirceu, já foi rejeitada por unanimidade dos 11 juízes do STF, em agosto de 2007.


3. JOSÉ DIRCEU, O “TODO-PODEROSO”, ERA O “CHEFE DA QUADRILHA DO MENSALÃO”.

Os fatos
José Dirceu é um importante quadro político do PT e teve papel de destaque no governo federal. Ele era presidente do partido em 2002, quando coordenou a campanha vitoriosa de Lula. Depois, afastou-se da direção do PT e assumiu a Casa Civil.
José Dirceu não “mandava” no PT ou no governo. Dizer isso é desconhecer funcionamento do PT e as características do sistema político brasileiro – submetidos, nos dois casos, às regras da democracia, aos limites institucionais, às construções políticas e à vontade soberana do povo brasileiro, tudo sob vigilância de uma imprensa livre.
Não existe no processo uma única prova que dê suporte à acusação de que José Dirceu integrava e comandava uma quadrilha. Dirceu teve todos os seus sigilos quebrados (fiscal, telefônico e bancário), foi investigado como poucas pessoas no Brasil, e não se descobriu qualquer fato que pudesse lançar suspeita sobre sua conduta pessoal e política nesse caso.


6. A CASSAÇÃO DE JOSÉ DIRCEU, NA CÂMARA DOS DEPUTADOS, É A PROVA DE QUE O MENSALÃO EXISTIU E DE QUE ELE, DIRCEU, ESTAVA ENVOLVIDO.

Os fatos
O relatório produzido contra José Dirceu no Conselho de Ética da Câmara, que serviu de base para a cassação de seu mandato parlamentar, é na verdade uma mera peça de retórica, vazia do ponto de vista do processo legal e repleta de falhas e lacunas.
A fragilidade é tanta que seu autor, o deputado Júlio Delgado, sequer foi incluído entre as testemunhas de acusação no processo que corre no STF. A cassação de José Dirceu foi política e se deu em meio ao clima de caça às bruxas instalado pela mídia contra todos os que se opunham às suas teses e aos seus desejos – sendo o principal deles atingir Dirceu na expectativa de que
isso desestabilizaria o governo Lula.
O mais absurdo é que, antes de ter cassado Dirceu por supostamente “chefiar o mensalão”, a mesma Câmara cassou Roberto Jefferson por este não ter conseguido provar a existência do “mensalão”…


7. NO GOVERNO, JOSÉ DIRCEU BENEFICIOU O BMG NA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE CRÉDITO CONSIGNADO. TAMBÉM ATUOU PARA LIVRAR O BANCO DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO.

Os fatos
Essa acusação é uma das âncoras do processo de formação de quadrilha.
Para a oposição, a mídia e o Ministério Público, essa se trata da principal “evidência” de que houve “desvio de dinheiro público” e de que José Dirceu estava no comando “do esquema”.
Ocorre que nada disso foi comprovado. O TCU, instituição independe, investigou a denúncia e concluiu que não houve qualquer benefício ao BMG.
Da mesma maneira, ficou provado que o banco jamais deixou de ser fiscalizado pelos órgãos de controle do sistema financeiro – que também são independentes.
De tão absurdas e infundadas, o próprio Ministério Público abandonou estas imputações em suas alegações finais.


8. JOSÉ DIRCEU MANTEVE VÁRIOS CONTATOS COM MARCOS VALÉRIO, APONTADO COMO “OPERADOR DO MENSALÃO”

Os fatos
Zero é o número de testemunhas, documentos, dados bancários ou telefônicos que a acusação produziu para sustentar o imaginado vínculo entre Marcos Valério e José Dirceu.
Todos os episódios apontados como suspeitos pelo Ministério Público foram profundamente debatidos na ação penal, e todas as testemunhas ouvidas em Juízo provaram a inexistência de qualquer espécie de relação entre ambos.


9. O “MENSALÃO” FOI O “MAIOR ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA DO BRASIL”.

Os fatos
Diante dos fatos e das investigações, essa tese desmorona.
Mas ela sobrevive nas manchetes e no discurso oposicionista, com o objetivo de criminalizar o PT e o governo Lula – ou de desviar a atenção da opinião pública quando eles próprios são pegos em transações obscuras.
Os que usam essa estratégia são os mesmos que silenciaram diante das revelações do livro “A Privataria Tucana”, lançado no final do ano passado, e que agora omitem ou minimizam as relações criminosas de setores da imprensa com o contraventor Carlos Cachoeira.


10. O GOVERNO LULA FOI “LENIENTE” COM A CORRUPÇÃO

Os fatos
Nunca se combateu tanto a corrupção quanto nos governos do PT (Lula e Dilma). Somente no governo Lula, a Polícia Federal fez mais de mil operações, com 14 mil presos, sendo 1.700 servidores públicos – além de empresários, juízes, policiais e políticos, inclusive do PT.
O governo Lula também fortaleceu os órgãos de controle e de fiscalização, além de dar total independência ao Ministério Público Federal.
A título de comparação, no governo tucano a PF fez apenas 28 operações e o Procurador-Geral da República era mais conhecido por “Engavetador-Geral”.


11. SE O STF ACEITOU A DENÚNCIA CONTRA OS “MENSALEIROS”, É PORQUE AS ACUSAÇÕES SÃO CONSISTENTES.

Os fatos
Com forte pressão da mídia sobre a opinião pública, o STF decidiu receber a denúncia e abrir o processso. No dizer de um dos seus ministros, os juízes votaram “com a faca no pescoço”.
Mas recebimento não é sinônimo de condenação ou pré-condenação. Pelo contrário. A abertura do processo serve para que as investigações sejam aprofundadas e para que os acusados possam se defender.
A Constituição Brasileira garante que nenhum cidadão será condenado sem provas e que todos terão um processo justo e com efetivo direito de defesa. A partir do momento em que o STF aceitou a denúncia, caberia ao Ministério Público apresentar os elementos que comprovassem suas acuações iniciais.
Mas isso não aconteceu.
O que se vê nas alegações finais do Ministério Público é um verdadeiro conjunto vazio. Nenhuma prova foi produzida contra Dirceu. Ao contrário, foi construído um acervo probatório que atesta a sua inocência.


12. O PT QUER USAR A CPI DO CACHOEIRA PARA “ABAFAR” OU “ADIAR” O JULGAMENTO.

Os fatos
Investigações recentes da Polícia Federal evidenciam, entre outros fatos graves, que a quadrilha de Carlos Cachoeira aliou-se a veículos de imprensa – principalmente a Revista Veja – para produzir denúncias contra o governo do PT e favorecer os interesses do bicheiro. Isso pode vir à tona na CPI. É disso que parte da mídia tem medo. É esse medo que a faz produzir teorias como essa.
O PT não quer nem tem poder para abafar ou adiar o julgamento. Ao contrário, esta será a oportunidade decisiva para que se restaure a verdade.
No que se refere a José Dirceu, ele já deixou claro – em entrevistas, declarações e textos – que confia na Justiça brasileira e quer ser julgado o mais rápido possível.
A data do julgamento depende somente dos ministros do Supremo, que precisam cumprir os procedimentos e prazos legais, bem como cuidar das demais demandas do Tribunal.
Atualmente, o processo está na fase de revisão. Concluída esta etapa, estará pronto para ser colocado em pauta.


13: A IMPRENSA NÃO FAZ NADA ALÉM DE NOTICIAR, INVESTIGAR E ZELAR PELA ÉTICA NA POLÍTICA.

Os fatos
A grande imprensa no Brasil tomou partido. Quando se trata do PT e seus aliados, ela não só investiga e noticia, como julga e também condena – independentemente dos fatos.
Hoje, sabe-se que parte importante dessa imprensa aliou-se ao esquema criminoso do bicheiro Carlinhos Cachoeira para produzir várias denúncias contra os governos Lula e Dilma, entra elas a que deu origem ao chamado “mensalão”.
Nas duas últimas eleições presidenciais, essa imprensa trabalhou ativamente para eleger o candidato da oposição – produzindo farsas como o famoso ataque da bolinha de papel.
Agora tenta manipular a opinião pública e pressionar o STF para ver “comprovada” a tese do mensalão, da qual ela se tornou a principal porta-voz.
Mas os fatos a desmentem. E a verdade prevalecerá.